Primeiro estado a concluir a coleta será do Nordeste

Editoria: Censo 2022 | Da Redação

11/11/2022 11h07 | Atualizado em 11/11/2022 13h44

Piauí, Sergipe, Rio Grande do Norte e Alagoas correm para completar a operação em novembro.

Passados 100 dias da coleta domiciliar do Censo Demográfico 2022, os estados do Nordeste seguem com os maiores percentuais de apuração: Piauí (90,8%), Sergipe (86,7%), Rio Grande do Norte (85,9%), Alagoas (84,2%), Maranhão (81,2%), Paraíba (80,8%), Pernambuco (80,6%), Bahia (74,1%) e Ceará (72,5%). Nessas faixas também se destacam o Amazonas (80,8%), no Norte, e Santa Catarina (72,0%), no Sul. Todos acima da média nacional, que é hoje de 69,0%, mesmo alcance de Minas Gerais e Tocantins. Os demais estão abaixo dessa média. Nesse ritmo, não havendo imprevisto, será nordestino o primeiro estado a concluir em novembro a operação censitária, que começou no dia 1º de agosto e deve se estender a meados de dezembro. 

"Em alguns municípios, os trabalhos de coleta estão sendo feitos com apoio ou reforço de mensalistas do Censo e por servidores efetivos. Incentivos como a elevação das taxas ou faixas de remuneração e bônus por produtividade ajudaram a estimular e aumentar a produção nesta reta final", destaca Raniere Leite, coordenador operacional no Piauí, um dos estados líderes na coleta.

Superintendente do Piauí, Leonardo Passos, lista algumas ações positivas: "O engajamento de todos os servidores, o monitoramento contínuo das equipes e a intensa divulgação da operação. Merece destaque a ação administrativa para contato telefônico com todos os recenseadores convocados, garantindo um maior percentual de comparecimento às turmas de treinamento". 

Em Sergipe, a coordenadora operacional, Hellie Mansur, enfatizou esforços semelhantes. "Houve incentivo aos recenseadores para trabalhar nos finais de semana, com bônus por questionário preenchido, assim como remanejamento de equipes nos municípios que estavam terminando para outros que estavam com maior atraso”.  

O estado também trabalhou de forma antecipada o contato com os condomínios, onde são maiores as dificuldades do Censo. “Meses antes do início da coleta, realizamos eventos e parcerias com o Secovi-SE, visando o contato prévio com síndicos. O que nos ajudou muito. Os moradores já sabiam da nossa visita, facilitaram a recepção dos recenseadores e isso deu mais segurança a todos”, explica a superintendente do IBGE em Sergipe, Adriane Sacramento“. 

Em Sergipe houve incentivo aos recenseadores para trabalhar nos finais de semana, com bônus por questionário preenchido

Também superintendente, em Alagoas, Alcides Tenório Júnior reforça o espírito coletivo: "Nosso resultado se deve ao empenho e ao profissionalismo da nossa equipe. Mantivemos um bom fluxo complementar de treinamento e contratação de recenseadores. Definimos a estratégia de dedicar mais tempo dos supervisores no acompanhamento inicial dos recenseadores, no início da coleta. Com isso, foi possível garantir melhor preparação e desenvoltura desses colegas. E, finalmente, importante citar a nossa capacidade de disseminação junto à imprensa local, com inserções constantes". 

"Aqui no Rio Grande do Norte o resultado também é fruto de um conjunto articulado de ações: coordenação administrativa e técnica para garantir os recursos, as pessoas, as informações e as decisões no tempo e no lugar certo; força de trabalho de campo contratada em um contingente razoável para a cobertura; e colaboração da população, que aderiu aos apelos do IBGE para exercer o ato de cidadania, que é responder ao Censo. Também estamos realocando a força de trabalho dos locais concluídos para as áreas onde há dificuldades para a cobertura por falta de pessoal", explica Damião Ernane de Souza, superintendente do IBGE potiguar. 

"Há que se comemorar porque se trata de vitórias, conquistas, superações inimagináveis para os cidadãos comuns", afirma Eduardo Rios Neto, presidente do IBGE. "Como em todos os Censos, os recenseadores trabalham lidando com externalidades que em muitos casos vão além de rotinas, além da normalidade de outras atividades profissionais", observa. "Sim, porque, para retratar um país de tamanha diversidade como o Brasil, entrevistando ricos, pobres e remediados, os recenseadores precisam recorrer a barcos, voadeiras, carros, carroças, motocicletas, bicicletas - de avião a lombo de animais", lembra Rios Neto. 

O Diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo, também comemora. "Além de cenas e imagens nacionais inesquecíveis, como a coleta de dados em aldeias indígenas, comunidades quilombolas e zonas rurais, sertanejas, pantaneiras ou ribeirinhas, o Censo 2022 vem produzindo situações e momentos de muito orgulho e muita emoção". De fato, nesse aspecto, a lista é imensa. 

No Piauí, o recenseador Paulo Eugênio Moreira Santos salvou um bebê recém-nascido de um engasgo. “Acredito que Deus coloca a gente em determinado lugar. Eu já estava indo embora, no caminho de casa, quando decidi retornar por essa última casa”, declarou o servidor. Ele encontrou desesperadas a mãe da criança e uma vizinha que gritavam por socorro. 

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Ainda no Piauí, um pai deixou o trabalho para acompanhar o filho cadeirante no primeiro emprego como supervisor no Censo 2022: "Meu pai é minhas duas pernas", disse Francisco de Assis Moura, 28 anos, sobre o apoio do agricultor Juvenal Mendes. No início da operação, em apenas uma semana de trabalho, eles percorreram mais de 50 quarteirões nos bairros e no centro de Picos. 

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Também no estado, o recenseador Carlos Daniel Rodrigues da Costa Leal, está utilizando de um drone para localizar mais facilmente moradores do interior da cidade de Canto do Buriti, distante a 408 km de Teresina. 

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LAÇOS, AFETOS E QUESTÕES DE FAMÍLIA SÃO MARCAS FORTES NO CENSO

Em Rondônia, uma tribo indígena homenageou uma recenseadora dando o nome dela ao bebê 

Sandy Cáseres Borges, 23 anos, estava em coleta na comunidade do Rio Negro Ocaia, em Guajará-Mirim - distante da capital dez horas de navegação em voadeira. Lá uma família da etnia Oro Nao decidiu que Sandy seria também o nome da recém-nascida. “Foi emocionante. Gostaram tanto de mim que não queriam que eu voltasse para a cidade”, diz Sandy, com merecido orgulho. 

No Amazonas, mãe e filha trabalham juntas como recenseadoras 

Geoconda Mendonça, 45 anos, e a filha, Geovana Mendonça, 19, colaboram uma com a outra. Ambas se destacam na coleta do Censo. Só Geoconda tem mais de 1.500 questionários aplicados. “Uma das nossas estratégias para terminar rápido o setor censitário é não perder tempo com as ausências", ensina. "Se as pessoas não estão em casa, a gente segue para a próxima casa. Daí, quando chega no final, depois que já conseguiu todos os que estavam em casa, é só focar nas ausências. A gente vem final de semana, de manhã cedo, fica até a noite, tudo para concluir o setor o mais rápido possível”, relata Geovana. 

No Amapá, mãe e filho também são recenseadores  

Karine Lopes do Santos, 37, e Emanuel dos Santos Marques, 17, estudam juntos. Os dois estão concluindo o ensino médio e decidiram testar os conhecimentos no processo seletivo do IBGE destinado ao Censo 2022. O setor censitário de Karine e Emanuel tem muitas palafitas, que eles acessam usando voadeiras e pontes.  

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Em Pernambuco, as gêmeas Yasmin e Ysabelle Cavalcanti dos Anjos, 18 anos, são parceiras na vida e no Censo 

As irmãs se destacam como recenseadoras em Ribeirão. Para elas, o IBGE lhes ofereceu uma oportunidade de conquistar juntas o primeiro emprego. Após concluir o ensino médio, Yasmin e Ysabelle se inscreveram no processo seletivo para trabalhar na Zona da Mata Sul do estado, onde vivem. As duas foram aprovadas e começaram a trabalhar como recenseadoras em 1º de agosto, data inicial da coleta. 

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No Ceará, recenseadora grávida de sete meses já tem quase 800 questionários preenchidos  

Shiley de Souza, 24 anos, trabalha no município de Itapipoca, interior do estado, onde se destaca numa equipe de 70 agentes. Ela está no sétimo mês de gestação de seu primeiro filho, e desde o quarto mês tem atuado no Censo 2022. “Eu estava precisando trabalhar, aí vi a oportunidade e me inscrevi. Depois que eu fiz a prova, foi que descobri que estava grávida. Aí eu não desisti não, continuei”, conta a recenseadora, que já tem quase 800 questionários realizados. Levando o pequeno Fred Arthur na barriga, Shirley percorre as ruas da cidade, de preferência de segunda a sexta-feira, em horário comercial. Porém, sempre que necessário, ela também vai à noite, em busca daquelas pessoas que estavam ausentes de seus domicílios durante o dia. 

OUTRAS HISTÓRIAS 

Ligeirinho das Alagoas é o campeão nacional da coleta 

Com mais de 3.032 questionários preenchidos, o campeão da coleta no Brasil não fazia ideia do que era o Censo. João Carlos, 21 anos, ficou sabendo do processo seletivo e logo enxergou uma chance de juntar dinheiro. “Eu acredito que a vida é uma competição e ela nos obriga a sermos sempre o melhor que podemos. Entretanto, não esperava alcançar esse desempenho de ser o recenseador mais produtivo do Brasil, foi uma surpresa pra mim”. 

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Experiência conta: recenseadores acima de 60 anos mostram seu valor 

Eles já passaram dos 60 anos e vestem, com orgulho, o colete azul e o boné de aba amarela do IBGE. Com diferentes sotaques, visões de mundo e histórias de vida, em comum carregam a disposição para o trabalho e a competência para finalizar seus setores censitários. Confira uma amostra de depoimentos de alguns dos colaboradores de perfil mais sênior que, desde 1º de agosto, estão ajudando a retratar a realidade do país de Norte a Sul. 

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Município de Ouriçangas (BA) se destaca com equipe 100% feminina 

“Lugar de mulher é onde ela quiser”. Com a frase que ficou famosa na luta contra o machismo, a agente censitária Rejane Oliveira explicou a importância simbólica do trabalho do Censo Demográfico, no pequeno município baiano de Ouriçangas (143 km de Salvador), onde a equipe censitária é 100% feminina. Rejane, que comanda 8 recenseadoras, acha positivo trabalhar apenas com mulheres: “Nós nos entendemos melhor, uma apoia a outra. E entendemos que estamos unidas por um único ideal, que é entregar um serviço de qualidade”. 

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Recenseador constrói e conduz a própria canoa para chegar a terras Indígenas 

Lucas Adriano decidiu fazer diferente: resolveu construir e conduzir sua própria embarcação. Ele acreditava que assim economizaria tempo e dinheiro. E hoje está certo de que teve boa uma ideia. “Fazendo os cálculos, sobre o tempo de coleta e o quanto as pessoas iam cobrar pelas viagens, vi que sairia mais em conta se eu fizesse uma canoa. Peguei orientação com um fabricante e eu mesmo fui fazendo. É a primeira que faço, então saiu com alguns defeitos, mas está servindo bem”. 

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Recenseador escreve 82 bilhetes para moradores: "Por favor, atenda". 

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