Recenseador produz e pilota a própria canoa para chegar em Terras Indígenas do Acre

Editoria: Censo 2022 | Da Redação

07/11/2022 09h59 | Atualizado em 07/11/2022 11h00

Santa Rosa do Purus é o município do Acre que concentra o maior numero de Terras Indígenas e os acessos a essas comunidades são feitos principalmente por via fluvial.

Por isso, são contratados barqueiros e guias que auxiliam os trabalhos dos recenseadores nessas áreas. No entanto, o recenseador Lucas Adriano decidiu fazer diferente: resolveu fabricar e conduzir sua própria embarcação.

Lucas conta que construiu a canoa especificamente para o trabalho do Censo, acreditando que ao ter sua própria embarcação economizaria tempo e dinheiro. Para ele, esta foi uma sábia decisão que valeu a pena: “Fazendo os cálculos sobre o tempo de coleta e o quanto as pessoas iam cobrar pelo aluguel, então eu vi que ia sair mais em conta se eu fizesse uma (…). Peguei orientação com um fabricante aqui de canoas e eu mesmo fui fazendo. É a primeira que faço, então saiu com alguns defeitos, mas está servindo.”

 


Recenseador Lucas Adriano confecionando a canoa

Vivendo na região do Alto Purus há três anos, Lucas Adriano diz que a realidade de beira de rio era um pouco desconhecida para ele, mas as vivências ribeirinhas trazidas do Vale do Juruá, onde morou antes, ajudaram no trabalho. Afirma ainda que o trabalho com o Censo é uma experiência importante, pois promove grandes aprendizados e amizades.

 


Recensador Lucas Adriano e o guia-interprete

Parte dos setores percorridos por Lucas representam aproximadamente 72 km do rio Purus, onde estão localizadas as comunidades Ailton Kulina, Nova Nazaré, Excluído, Santa Helena/Nova Tucandeira, Vista Alegre, Karolina, Salão Branco, Extremo, Maronawa e Nova Parada.

Outro que também relata a sua experiência de campo em TIs é o Sérgio Melo. Segundo ele, o trabalho apresentou dificuldades apenas por conta do acesso a alguns locais mais distantes da margem do rio, pois após deixar a embarcação era necessário realizar o restante do percurso caminhando. Apesar disso, Sérgio diz que teve boa receptividade nas comunidades que visitou. “A receptividade foi ótima. Eu já tinha trabalhado em Terras Indígenas a um tempo atrás e não tive muitas dificuldades”.

 


Recenseador Sérgio Melo e o guia

Melo também conduz sozinho sua embarcação, mas precisou alugar o transporte para chegar às comunidades: Aldeia Moema, Aldeia novo Lugar, Aldeia Fronteira, Aldeia Fortaleza, Aldeia Novo Recreio, Aldeia Morada Nova, Aldeia Nova Aliança, Aldeia Nova Família, Aldeia Novo Gericó, Aldeia Nova Liberdade, Aldeia Novo Repouso, Aldeia Ipiranga Novo, Aldeia Ipiranga Velho. Todas com coleta concluída.

Júnior Moura, recenseador que atuou nas comunidades Novo Marinho, Porto Rico, Novo Canaã, São Francisco, São Vicente, Morada Nova e 6 de Julho, também tem relatos positivos do trabalho de coleta em Terras Indígenas. Conta que ficou em alojamento dentro das comunidades e o contato com as famílias ocorreu de forma tranquila. “Fui muito bem recebido, graças a Deus”.

 


Recenseador Junior Moura

Júnior, assim como os colegas, pilota a canoa, a dele é alugada para esta atividade. Além disso, contou com o suporte de um guia-intérprete da Funai dentro das aldeias.

 


Reseador Júnior Moura e o guia-interprete

Foto: Rcenseador Júnior Moura
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