“Entender que cada um tem o seu jeito”: as histórias de recenseadores que se destacam no RS

Editoria: Censo 2022 | Da Redação

21/10/2022 16h38 | Atualizado em 24/10/2022 08h53

Uma visão em comum une dois dos recenseadores que mais têm conseguido realizar as entrevistas e concluir seus setores no RS: compreender que cada informante é diferente e merece uma abordagem personalizada. “O principal é conhecer e entender que cada um tem o seu jeito”, conta o recenseador Jonas Mizael Corrêa. Até o dia 10 de outubro, Jonas já havia ganhado mais de 16 mil reais e trabalhado em setores de quatro municípios: Caiçara, Frederico Westphalen, Vicente Dutra e Seberi.

Essa opinião é semelhante à de Kelvin Moura, que já fechou seis setores censitários no bairro Restinga, zona sul de Porto Alegre. “Cada pessoa é uma pessoa, a gente acaba adaptando nossa linguagem”, explica.


"A gente adapta nossa linguagem para cada pessoa", explica Kelvin Moura

Ambos também valorizam essa experiência de poder conhecer pessoas e lugares diferentes. “A gente pensa muito na nossa caixinha e esquece como as pessoas vivem. Na Estrada das Quirinas vi pessoas sem saneamento, sem água encanada, pegando água de poço. A gente começa a entender o que as pessoas precisam, não só a gente”, afirma Kelvin.

 

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“É muita coisa que a gente conhece. Tem pessoas que te tratam super bem. Tem gente que tu visita de manhã e ela diz: ‘Onde tu vai almoçar? Volta aqui para almoçar”, relata Jonas.

Aos 30 anos, Jonas já trabalhou como agricultor e soldador. Em 2017, atuou no Censo Agro. “Ali eu vi que dava pra ganhar bem. Na época, trabalhava na agricultura, então usava só um ou dois dias na semana para o Censo e ganhei 13 mil reais”.

Jonas"É muita coisa que a gente conhece (no Censo)", conta Jonas Mizael Corrêa

No Censo Demográfico, Jonas tem trabalhado diariamente. Sua estratégia é manter sempre um horário fixo, em dias de semana, durante cerca de oito horas por dia. E sempre tenta não perder a viagem. “Se não estão em casa, deixo carta, tento achar algum parente que more próximo, tento pegar o número de telefone. Eu tenho conseguido visitar duas, três vezes, no máximo, cada residência”.

Kelvin, por sua vez, tem trabalhado aos finais de semana e feriados, já que no meio urbano as pessoas costumam estar fora de casa no horário comercial. “Eu trabalho seis dias da semana, tiro um para descansar, mas não tenho um dia fixo de folga, pois é mais fácil encontrar as pessoas em casa em finais de semana e feriados”.

O recenseador conta que sempre procura primeiro tranquilizar o morador quanto à possibilidade de golpes. “Primeiro eu me apresento, mostro crachá, mostro o documento, se necessário, porque a gente sabe que hoje em dia as pessoas têm muito medo de que seja algum golpe. Explico a importância do Censo e como aqui é uma área mais carente as pessoas entendem que é importante responder”.

Aos 27 anos, Kelvin já trabalhou como vendedor de porta em porta, em supermercado e como motorista de aplicativo, experiências que contribuem para conversar com as pessoas. O servidor acredita que a atuação como recenseador também vai contribuir com seu futuro. “Experiência bacana, tem uma função social”.

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