SES/MA – Censitários relatam suas experiências de trabalho no censo demográfico

Editoria: Censo 2022 | Da Redação

28/04/2023 17h08 | Atualizado em 28/04/2023 17h08

O Censo Demográfico 2022 está em sua fase final de apuração no Maranhão. Foram meses de árduo trabalho e esforço das equipes para cobrir um território com mais de 329 mil km² e com ampla diversidade geográfica, social e cultural.

Nessa caminhada é possível destacar alguns personagens dessa história de superação para o andamento de forma adequada do censo. Os recenseadores, agentes de censitários, coordenadores de subárea e analistas censitários, formadores do quadro temporário do censo, se empenharam na busca de soluções aos desafios naturais de uma operação de tamanha monta. É impossível contar de forma minudente todos os personagens que compõem essa miríade do trabalho, mas é possível destacar algumas histórias de vida no censo que são capazes de ilustrar essa grande saga.

A história da recenseadora mais jovem do Maranhão, Maria Eduarda Castro, ou Duda para os mais próximos, que fez sua inscrição no seletivo quando tinha apenas 17 anos. Desde o início da operação censitária desenvolve sua função de recenseadora (quando assumiu tinha completado 18 anos). Esse é o seu primeiro emprego e ela faz questão de destacar essa experiência: “nunca imaginei conhecer tanta gente, tantos lugares e tantas realidades diferentes”.

Durante esses 8 meses em campo ela teve várias experiências que lhe fizeram refletir bastante e sentir um misto de emoções. Ela destaca as principais: setores em comunidades carentes onde não havia nem saneamento básico, mordida por cachorro enquanto percorria setores de palafitas e ignorada por diversas informantes. Apesar dessas dificuldades se manteve firme e insistiu para conseguir realizar as entrevistas, geralmente tendo que retornar em horários diversos para encontrar os moradores, trabalhar em horário noturno e nos finais de semana. Uma grande dificuldade relatada foi o acesso nos condomínios da área nobre, bem como a enorme quantidade de recusas dessas pessoas de alto poder aquisitivo. Eduarda tem como lotação o posto de coleta do São Francisco, sendo aludido posto em uma área com grande índice de condomínios.


Maria Eduarda realizando entrevista do censo

Apesar dessa enorme dificuldade nos bolsões mais aquinhoados de renda, ela destaca ter conhecido muita “gente incrível, pessoas gentis que ofereciam água, um lanche e até mesmo almoço, gente que fazia questão de responder ao censo e ser contado, gente que entendia que não era um trabalho fácil e que eu estava ali todos os dias pra cumprir meu trabalho independente do horário, do clima e do dia da semana”.

O trabalho em campo lhe fez visualizar de forma marcante a disparidade social existente na sociedade. Relata que ao trabalhar em dois setores próximos, um formado por condomínios de luxo de um apartamento por andar e com seis banheiros, e o outro setor, formado de casas que ficavam sobre o mangue e não possuíam banheiro e tampouco água encanada. “Sair no mesmo dia de um setor pra outro era como um choque de realidade pra mim, eu sempre sentia um misto de emoções e isso era algo que eu jamais imaginaria viver e conhecer essas realidades completamente opostas”.

Eduarda foi uma das 42 pessoas enviadas do Maranhão para auxiliar o trabalho do censo no Espírito Santo. Ela afirma ter sido com “certeza essa foi uma das melhores experiências da minha vida”.

Eduarda é a recenseadora mais produtiva no Maranhão e diz que deve muito do seu êxito se deve “a equipe incrível do meu posto de coleta, que sempre me ajudaram em tudo e me ampararam quando eu pensei várias vezes em desistir”. Ela fala que sem esse apoio não teria conseguido e que criou laços que vai manter após o censo. Eu nunca imaginei criar laços com essas pessoas, mas hoje sinto que fazem parte da minha vida e me ajudaram a conquistar um passo na minha trajetória no IBGE. Eduarda gostou tanto do trabalho no IBGE que pretende prestar concurso e ser uma servidora efetiva para “continuar nessa instituição que me fez aprender tanto”.

Outro relato interessante desse grande quebra-cabeça formado pelas equipes de censitários pode ser ilustrado pelo agente censitário municipal Gustavo Alves Coutinho. Ele tem 29 anos e era morador de São Paulo, mas escolheu trabalhar na operação censitário no município de São Luís. Relata sobre essa escolha o seguinte: Optei por fazer o censo em outro estado, buscando conhecer o local a partir da perspectiva do IBGE, e garanto que foi uma das melhores experiências que tive em minha vida.

Gustavo afirma que lidou com a complexidade do posto de coleta ao qual é vinculado (Posto do São Francisco) que retrata muito do que é o Brasil, onde estão situadas as residências de maior poder aquisitivo da cidade, mas também locais precários com relação a condições de vida.

Ele chegou na cidade sem conhecer ninguém, consegui uma casa no centro histórico e escolheu gerenciar o posto de coleta do São Francisco, que fica no prédio da Agência São Luís e onde se encontra o setor de Divulgação da SES-MA. Pela proximidade com o setor de divulgação de informações e sua área abrigar situações distintas, condomínios de alta renda e áreas de baixíssima renda, era comum ser demandado para auxiliar com sua equipe em ações de divulgação com veículos de comunicação. Relata sobre essa experiência, afirmando: “quando me vi, estávamos aparecendo na televisão toda semana, recebendo diversas pessoas importantes, materiais que vinham do Brasil inteiro, foi para sentir na pele essa operação gigantesca que é o censo”.


ACM Gustavo concedendo entrevista para TV Mirante

Gustavo destaca sobre o desafio de aprender como gerenciar um posto complexo e ao mesmo tempo conhecer realidades completamente diferentes. Afirma que teve sorte em trabalhar com pessoas honestas e competentes. Relembra da sua primeira reunião com a equipe de ACS, na qual foi estabelecido “um consenso de que esse trabalho era uma oportunidade única de aprendizado para nossa vida pessoal e profissional”.

Um grande desafio era a grande quantidade de recenseadores chegando continuamente e sempre buscando explicações. Nessas ocasiões sempre em conjunto com seus agentes censitários supervisores buscavam a melhor solução. Sobre os problemas, Gustavo relata que eram os mais diversos, desde os casos de segregação em condomínios, até situações pessoais de cada um que chegavam até mim.

Considera haver uma troca de conhecimento entre agentes censitários e recenseadores, pois com certeza se aprende muito com quem estava em campo. Para ele “o recenseador era a peça mais importante do censo, pois são eles quem dão as caras da nossa instituição, e por isso, precisavam de todo suporte”.

Um destaque em sua trajetória censitária, como da recenseadora Eduarda, foi contribuir com a operação no Espírito Santo, onde teve oportunidade de trabalhar com pessoas de sua equipe e censitários de outras cidades. Após mais de dez meses de contrato está encerrando sua passagem como agente censitário municipal e levará de volta muitos amigos que fez e muitas lembranças que agora fazem parte da sua história.

Finalizou seu relato afirmando que “para quem quer conhecer o Brasil, o IBGE é uma ótima oportunidade, pois ele é formado por pessoas que buscam retratar a verdade do nosso país”.

Os dois personagens da notícia são pessoas muito prestativas e sempre auxiliaram na tarefa de divulgação da operação censitária junto aos veículos de comunicação. Assim, enquanto responsável por essa área no Maranhão, aproveito para registrar meu grande agradecimento para ambos, bem como a todos os demais servidores temporários que desempenharam seus trabalhos com garra para o êxito do censo demográfico.

Essas duas histórias são uma pequena ilustração do trabalho de milhares de servidores temporários na missão de realizar o censo demográfico no Maranhão.


Equipe do Posto São Francisco com a Coordenadora de Área Elcylene Mendes (ao centro) na despedida do ACM Gustavo em 27/04/2023.
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