IBGE usa plataforma geográfica interativa para monitoramento da coleta do Censo 2022
10/01/2023 14h30 | Atualizado em 10/01/2023 14h26
A Plataforma Geográfica Interativa (PGI), usada nas divulgações de produtos de geociências do IBGE, também está sendo utilizada para o acompanhamento dos recenseadores do Censo 2022. Com ela, o Instituto pode verificar a situação da coleta por cada setor em um mapa interativo. Na última sexta-feira (6), um seminário interno para os técnicos do IBGE mostrou as funcionalidades da plataforma para controle da operação.
O objetivo do evento foi apresentar a PGI como apoio da operação censitária, demostrando a sua forma de acesso, as principais camadas e dados e como todas essas informações são usadas na cobertura do Censo em cada recorte geográfico disponível. No protocolo de encerramento da coleta, o uso dessa plataforma se dá em conjunto com outras ferramentas, como o Sistema Integrado de Gerenciamento e Controle (SIGC) e o dashboard do Censo.
“A PGI vem sendo usada nas divulgações de geociências há quase uma década para a disseminação de informações de forma mais interativa. É a primeira vez que estamos utilizando essa plataforma no Censo, como ferramenta para visualização, acompanhamento da coleta e possibilidade de análises prévias”, destaca a diretora adjunta de Geociências, Miriam Barbuda.
A pesquisadora acrescenta que, para o acompanhamento da coleta do Censo, houve a necessidade de desenvolvimento de algumas funcionalidades de geoprocessamento. “A PGI indica, por monitoramento geoespacial, por exemplo, se todos os domicílios estão com coordenadas. Essa captação das coordenadas foi iniciada no Censo Agro, em 2017, em todos os endereços rurais e no Censo 2022 foi a primeira vez que houve essa inovação para todos os domicílios do país”.
Para uso da plataforma no Censo 2022, foram desenvolvidas duas categorias de indicadores: uma de acompanhamento e outra de alerta. “A ideia é fornecer insumos para melhorar a cobertura geográfica e da qualidade do Censo através da espacialização dessas métricas, desses indicadores. Os indicadores geoespaciais de alerta para a coleta são utilizados basicamente no trabalho de supervisão e os de monitoramento da coleta são usados nos trabalhos de acompanhamento gerencial”, explica o analista de geoprocessamento do IBGE, Rafael Damiati.
Além dos produtos de geociências, a exemplo da Região de Influência das Cidades (REGIC), a PGI já foi disponibilizada aos usuários externos em outras divulgações do IBGE, como o PIB dos Municípios e a PNAD Contínua. Já nas atividades de monitoramento da cobertura do Censo, a ferramenta tem uso interno.
“No Censo 2022, ela foi adaptada, incrementada, tem novas funcionalidades para permitir a visualização geoespacial dos indicadores de monitoramento e alerta. O resultado desse trabalho oferece ao usuário uma maior interatividade e visualização dos dados com uma maior granularidade”, comenta.
“Ela possibilita, acima de tudo, que você observe como está acontecendo a coleta, como está o percentual de cobertura dos domicílios, dos setores, na visão espacial. Também há a possibilidade de verificar a cobertura em comparação com endereços da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL)”, detalha Miriam.
Ela explica como a plataforma pode ser usada na supervisão da coleta. “Quando, por exemplo, há uma localidade com percentual muito alto de recusas ou de moradores ausentes, é possível analisar a situação, já que espacialmente você consegue ver e associar à uma área de trabalho. Se há um padrão, uma prática, tem que ser avaliado pelas equipes locais”, diz a diretora adjunta de Geociências.
Uma possibilidade da PGI é verificar se o recenseador enfrentou dificuldades no momento em que registrou a coordenada do domicílio. Ao realizar esse monitoramento por setor, o servidor também consegue consultar a quantidade de endereços confirmados que estão sem coordenadas; este percentual tem sido baixo em geral. Nesse caso, ele deve confrontar com as informações em campo e as disponíveis no SIGC para fazer a avaliação de cada situação.
Ao todo, são 12 indicadores disponíveis na PGI do Censo, entre eles estão o de confirmação dos endereços do Cadastro Nacional de Endereços para Fins Estatísticos (CNEFE), o de validação de coordenadas e o dos endereços excluídos em visita.
Durante o evento, Miriam também salientou a importância do uso da plataforma como subsídio de análise prévia para as Reuniões de Planejamento e Acompanhamento do Censo (REPACs). Esses encontros têm como objetivo dar mais transparência à operação censitária, com participação da comunidade local e de representantes dos municípios.
“Nessas reuniões, mostramos à prefeitura a cobertura dentro dos municípios. É importante realizar esse acompanhamento prévio com o uso da PGI e, se houver problemas, que eles sejam identificados. Para isso temos várias ferramentas que ajudam a garantir essa cobertura da coleta, como nunca antes realizada em Censos anteriores ”, afirma.