IBGE finaliza a coleta do Censo em cinco municípios de Mato Grosso
03/11/2022 11h41 | Atualizado em 03/11/2022 11h49
A Superintendência do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em Mato Grosso terminou a coleta dos dados do Censo Demográfico 2022 em cinco dos 141 municípios, de 1º de agosto a 31 de outubro: Araguainha, Ponte Branca, Ribeirãozinho, Araguaiana e Nova Santa Helena. Araguainha foi a primeira cidade a concluir os trabalhos, em seus oito setores censitários (unidade territorial estabelecida para fins de controle cadastral – com número de domicílios que permitam o levantamento por um recenseador), no dia 17 de outubro.
A recenseadora Divani Rosa da Silva realizou as visitas aos domicílios de um setor, saiu do IBGE e, após contratação e treinamento, Kethlyn Rodrigues de Almeida foi a responsável pelo recenseamento dos outros sete setores. O antigo prédio da Prefeitura Municipal de Araguainha, no centro, abrigou o posto de coleta do Censo, que foi administrado pela ACM (Agente Censitária Municipal) Mayara Francisca de Souza e pela ACS (Agente Censitária Supervisora) Letícia Elisa de Oliveira Furquim. A cidade faz parte da área de Alto Araguaia.
Dois dias depois, em 19 de outubro, Ponte Branca, também na região de Alto Araguaia, foi o segundo município de Mato Grosso a conseguir cumprir a meta do recenseamento de seus seis setores censitários. A cidade contou com dois recenseadores, Michael Jullian Ferreira Gonçalves Almeida e Ana Carolina Fagundes Nogueira, e a ACM Roselene Ferreira de Almeida.
De acordo com a Estimativa de População 2021, Araguainha e Ponte Branca eram as duas menores cidades de Mato Grosso em quantidade de moradores, com respectivamente, 909 e 1.525 habitantes. Os dados coletados no Censo 2022 ainda passam por supervisão de qualidade e devem ser divulgados de forma preliminar na última semana de dezembro.
Em 25 de outubro, foi a vez de finalizar a coleta dos dados nos 14 setores de Ribeirãozinho, também na área de Alto Araguaia. O ACM Alan Rodrigues Vieira e os recenseadores Marandreza Gomes Ribeiro, Tania Maria Pereira Ramalho e Amanda Bento Rosa trabalharam na cidade, que, de acordo com a Estimapop de 2021, tinha 2.439 moradores. A recenseadora Ana Carolina Fagundes Nogueira, de Ponte Branca, também participou da coleta de dois setores rurais em Ribeirãozinho, após a conclusão do trabalho em seu município. E agora já está participando do recenseamento em Torixoréu.
O chefe da agência de Alto Araguaia, Wanderley Sebastião da Silva Fraga, coordenador de área dos três municípios concluídos, atribui a eficiente coleta do Censo em Araguainha ao fato de ser um município menor e ao bom trabalho da recenseadora Kethlyn Rodrigues de Almeida. “Tivemos apoio da prefeitura principalmente em questão de transporte no início da coleta, depois finalizamos com veículo da nossa frota”, disse.
No geral, segundo Fraga, a cidade teve uma boa receptividade por parte dos moradores. “No início do Censo, poucos estavam sabendo da coleta, mas no decorrer do tempo, foram ficando mais cientes”, conta.
A coleta também chegou ao fim nos 25 setores censitários de Araguaiana, na região de Barra do Garças, e nos 13 setores de Nova Santa Helena, na área de Sorriso. A previsão é que o Censo 2022 continue em todo o Brasil até meados de dezembro. Todos os domicílios do país serão visitados.
Mato Grosso tem 1,5 milhão de recenseados até outubro
Em todo o estado, de 1º de agosto a 31 de outubro, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) conseguiu recensear 1.523.771 moradores em 518.154 domicílios, sendo 763.804 mulheres e 759.967 homens. Esse é o resultado do terceiro balanço do Censo Demográfico 2022, o que representa a coleta de dados de 42,72% da população estimada para o ano de 2021.
Em todo o país, no mesmo período, 136.022.192 pessoas foram recenseadas em 47.740.071 domicílios, o que corresponde a 63,77% da população estimada no ano passado. Desses moradores que já foram contados no Censo, 70.310.113 eram mulheres e 65.712.079 eram homens.
No hotsite do Censo 2022, é possível acompanhar diariamente o total da população recenseada no país e a evolução dos setores trabalhados por unidades da federação.
A maioria (99,45%) dos questionários de Mato Grosso foi respondida de forma presencial: em 515.318 dos 518.154 domicílios recenseados. Outros 1.108 moradores responderam pela internet e 1.728 por telefone.
Ao todo, 451.102 domicílios responderam ao questionário básico, que conta com 26 questões e investiga as principais características do domicílio e dos moradores. Os outros 71.072 domicílios responderam ao questionário amostra, que conta com 77 questões e inclui, além dos quesitos presentes no questionário básico, outros mais detalhados, bem como temas específicos: características dos domicílios, identificação étnico-racial, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, religião ou culto, deficiência, migração interna ou internacional, educação, deslocamento para estudo, trabalho e rendimento, deslocamento para trabalho, mortalidade e autismo.
Segundo o terceiro balanço, 4.830 dos 9.082 setores censitários de Mato Grosso já foram trabalhados, o que representa 53,18% do total. Ao analisarmos o critério setor censitário trabalhado, Sergipe (95,21%), Piauí (94,73%) e Rio Grande do Norte (94,36%) são os estados com a coleta mais adiantada, e Mato Grosso (53,18%), Roraima (65,10%) e Acre (66,47%) são os que estão mais atrasados.
Já no critério população recenseada, as unidades da federação mais aceleradas são, respectivamente, Piauí (86,08%), Sergipe (83,19%) e Rio Grande do Norte (80,48%), enquanto Mato Grosso (42,72%), Amapá (51,47%) e Acre (54,07%) têm o recenseamento mais demorado.
De acordo com o balanço, 2,90% dos domicílios mato-grossenses se recusaram a responder ao Censo, percentual menor que os 3,72% alcançados na PNAD Contínua (Pequisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) no segundo trimestre deste ano. No Brasil, o índice de recusa do Censo está em 2,33%, abaixo de 2,99% da PNAD Contínua, mas que se espera ser reduzido até o final da operação, após aplicados todos os protocolos de insistência.
Mato Grosso tinha, em 27 de outubro, 1.284 recenseadores contratados, sendo que 1.150 estavam trabalhando entre 17 e 23 de outubro. Inicialmente, porém, o estado tinha 3.103 vagas a preencher para o cargo de recenseador. Então, com percentual de 37,1% de recenseadores em atividade em relação ao número de vagas, o estado é o que tem o maior déficit de recenseadores. Já o Piauí está com 64% dos postos ocupados.
Para a Superintendente do IBGE em Mato Grosso, Millane Chaves, é importante destacar que o estado possui a segunda menor taxa de desocupação do país (4,4%) ---o primeiro é Santa Catarina (3,9%)--, além de possuir renda média superior à média Brasil.
“Assim sendo possuímos baixo desemprego, o que se traduz em grande oferta de vagas de trabalho e boas remunerações (principalmente no Agronegócio), o que faz com que tenhamos dificuldades de atrair pessoas para o trabalho temporário para realizar o Censo em Mato Grosso comparado com outros estados da federação”, explica.
Para resolver o problema, o IBGE lança periodicamente editais de processos seletivos complementares mais ágeis, uma rotina administrativa prevista em todos os Censos.