Observadores de quatro países latino-americanos acompanham Censo 2022 no Recife

Editoria: Censo 2022 | Da Redação

26/10/2022 10h25 | Atualizado em 26/10/2022 11h51


Observadores nacionais e internacionais com equipe do IBGE em posto de coleta na Zona Sul do Recife

A riqueza na troca de experiências entre países latino-americanos foi o legado que o projeto Observa Censo 2022 deixou no Recife. Entre os dias 19 e 23 de setembro, oito representantes de institutos de estatística de Honduras, Colômbia, Equador e México estiveram na capital pernambucana para atuar como observadores internacionais da operação censitária brasileira, realizada pelo IBGE. No Brasil, outras quatro cidades participaram da iniciativa: Florianópolis (SC), Belo Horizonte (MG), Boa Vista (RR) e Cabo Frio (RJ).

“Somos um país muito rico e diverso, com características únicas em termos de tamanho, território e população. Com esse intercâmbio, também pudemos conhecer melhor como o censo funciona nos países que vieram nos visitar”, pontua Enildo Meira, coordenador das Repacs em Pernambuco e responsável por organizar a visita da delegação estrangeira ao estado.

No Recife, o grupo teve acesso a uma programação variada, que incluiu palestras, visita a posto de coleta, acompanhamento de recenseadores e supervisores em campo, observação do treinamento para novos recenseadores e até homenagem da Aliança Consular do Nordeste, organizada pela cônsul honorária do México na capital pernambucana, Iara Dubeux.

Além dos representantes do IBGE e dos institutos de estatística estrangeiros, estavam presentes o secretário-executivo de relações internacionais do Governo de Pernambuco, Gilberto Freyre Neto e os cônsules Annelijn W. Van den Hoek (Holanda), Rainier Michael (Eslovênia), Guillermo Insfran (Paraguai), Saulo Farias (Romênia) e Eduardo Galvão (Colômbia).

Além da delegação estrangeira, estiveram presentes representantes brasileiros do próprio IBGE e de entidades como o Fundo de População das Nações Unidas no Brasil (Unfpa), a Organização Internacional para as Migrações (OIM), a Unicef e a Agência Brasileira de Cooperação, ligada ao Ministério das Relações Exteriores.


Recenseador Leonardo e supervisor Gabriel Martins (à dir.) apresentam equipamento em prédio de Boa Viagem para os observadores Guido Tenemaza e Erika Buitron, do Equador

O grupo que veio ao Recife percorreu vários bairros da zona sul e da zona oeste da cidade, tendo a oportunidade de entrar em contato com as diferentes realidades de coleta no Censo 2022. Fizeram parte do roteiro, por exemplo, as dificuldades no acesso a prédios de classe média alta na praia de Boa Viagem, o percurso nas ladeiras do bairro do Ibura e o cotidiano dos moradores das palafitas no bairro do Pina, localizadas a menos de 500 metros de um shopping center de grande porte.

Alejandro Carta, do Instituto Nacional de Geografia e Estatística do México, testemunhou um momento importante do trabalho de campo: a quebra de recusas. "Foi interessante ver como o IBGE negocia bem com o informante para que ele responda o questionário. Vocês não desistem de realizar a coleta e a equipe se ajuda quando necessário”. A ação foi acompanhada por ele e por seu companheiro de instituto, Isaac Salcedo, no bairro de Brasília Teimosa, na zona sul.


Coordenador técnico do Censo em Pernambuco, João Marcelo Santos (à dir.) e coordenador operacional do Censo em PE, Tiago Figueiredo, apresentando supervisão de percurso no SIGC para observadores internacionais

Entre as características do censo brasileiro que também chamaram a atenção dos observadores internacionais, estão a abrangência do trabalho cartográfico realizado pela Base Territorial e a supervisão detalhada do trabalho do recenseador, possibilitada pelos sistemas de informática desenvolvidos pelo IBGE. As folhas de recado para os informantes e os cartazes para identificar os recenseadores nas áreas comuns dos prédios também foram apontados por eles como ideias do instituto que podem ser adaptadas a seus países.

Mesmo com todas essas diferenças, a impressão da delegação estrangeira é de que as semelhanças entre o Brasil e seus países são ainda maiores. Isso inclui a abordagem dos recenseadores aos informantes e a organização espacial das cidades, especialmente em bairros de menor poder aquisitivo. “Em Guayaquil, onde vivo, também podemos encontrar grandes contrastes sociais a poucos metros de distância. Casas muito pobres são vizinhas de prédios altos, de classe média. Também temos palafitas. É uma realidade latino-americana”, conclui Guido Tenemaza, do Instituto Nacional de Estatística e Censos do Equador.

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