Em clima de cooperação internacional, presença dos observadores do Censo em BH é marcada por diversa série de atividades

Editoria: Censo 2022 | Da Redação

14/10/2022 12h14 | Atualizado em 14/10/2022 12h14

Dos dias 19 a 23 de setembro, a Superintendência do IBGE em Minas recebeu um grupo de observadores internacionais para acompanhar as operações de realização do Censo 2022. A visita fez parte do projeto Observa Censo, uma parceria entre o IBGE, o Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC).

Entre os cinco grupos divididos pelo Brasil, Belo Horizonte recebeu uma equipe composta por cinco países africanos, sendo eles Angola, São Tomé e Príncipe, Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique. Dentre os visitantes, vários profissionais com formação em demografia que já estiveram ou estarão envolvidos com operações censitárias em seus países. Também integravam a visita dois observadores brasileiros, sendo um deles da UNFPA e outro da OIT.

Dentre as várias nacionalidades, um idioma em comum: o português, uma herança do império lusitano que colonizou todos estes países e que permanece até hoje como língua oficial, embora todos eles já tenham conquistado sua independência. O idioma em comum aproximou rapidamente a equipe estrangeira e os servidores do IBGE, facilitando a boa comunicação nas palestras e também nos bate-papos informais durante as “prosas” para o café, momento sagrado para os mineiros.

Ao longo da semana, os observadores puderam participar de diversas atividades, desde o acompanhamento de treinamento de novos recenseadores, passando por palestras das coordenações técnica, operacional, administrativa e divulgação do Censo, da Pesquisa de Pós-Enumeração (PPE), base territorial, cadastro de endereços até a idas a campo para observar o trabalho de recenseamento, tanto em setores rurais, como em setores urbanos.


Foto: Daniel Tulher

Uma das visitas acompanhadas pelo grupo aconteceu nas ruas do bairro Letícia, região norte de Belo Horizonte, onde eles presenciaram a coleta num setor considerado de renda média-baixa. Sob um sol escaldante, a equipe acompanhou o trabalho da agente censitária Jackline Joplin, que deu uma breve explicação sobre principalmente metodologias de abordagem. De dois em dois, os observadores acompanhavam as entrevistas das pessoas que aceitavam responder ao Censo e, terminada a entrevista, recenseadora e observadores comentavam e trocavam impressões sobre a abordagem, se necessário. A presença dos profissionais parece ter influenciado positivamente na receptividade já que um bom número de pessoas aceitou ser entrevistada num espaço razoável de tempo.


Foto: Daniel Tulher

Angelina Gomes, observadora de Cabo Verde, veio para o Brasil já tendo trabalhado no Censo em seu país. Para ela, participar do Censo é fundamental:

“Eu trabalhei no Censo de Cabo Verde pela primeira vez. Profissionalmente, é a melhor experiência que eu vivi. Poder ter contribuído com meu país, sabendo que o censo ajuda a definir as políticas públicas. E estar aqui no Brasil como observadora internacional por causa do censo que eu ajudei a fazer é uma experiência que me orgulha muito.”, afirmou.

As atividades tiveram ampla cobertura da mídia. Reportagens nos telejornais Bom Dia Brasil e Jornal Hoje noticiaram a visita internacional, dando voz ao IBGE e aos observadores.


Foto: Daniel Tulher

No último dia de atividades, os observadores participaram de uma gravação de material audiovisual na sede do IBGE em Belo Horizonte e após o almoço se dirigiram até a Universidade Federal de Minas Gerais, onde foram recebidos no Cedeplar, Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional, órgão complementar da Faculdade de Ciências Econômicas que envolve os programas de pós-graduação em Demografia da UFMG.

Chegando ao Cedeplar, eles foram recepcionados pela professora Dra. Laura Wong, que apresentou a instituição aos visitantes e mediou uma discussão sobre a importância da troca de experiências e boas práticas na área da Demografia. Em uma mesa formada por representantes do IBGE, Unfpa e UFMG, estava o presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto, também professor aposentado do Cedeplar. Aos ouvintes, ele contou sobre seus anos de UFMG, sobre sua experiência na área da Demografia, bem como relatou como vem sendo o processo do censo como presidente do IBGE.

A mesa também ouviu alguns relatos dos observadores, como foi o caso de Teresa Spínola de Angola, que veio anteriormente ao Brasil para se especializar no Cedeplar e contou como o instituto foi importante em sua vida profissional. Alexandre Marrupi, de Moçambique alertou que “é necessário trabalhar e convencer principalmente as elites de responder às pesquisas demográficas.” Também estavam presentes outros estudantes do continente africano, como o beninense Abdou Fassassi e a moçambicana Tânia Buchire, que dividiram histórias sobre suas jornadas acadêmicas e de vida entre Brasil–África aos ouvintes, que, visivelmente emocionados, aplaudiram sonoramente. Chegando ao final do evento, professores do Cedeplar se apresentaram e falaram um pouco de seus projetos aos observadores.


Foto: Daniel Tulher

Para o presidente do IBGE, o projeto Observa Censo foi bem-sucedido:

“O projeto foi um sucesso. Particularmente aqui em Minas Gerais, onde recebemos os membros de países africanos falantes do português. Eles estão entusiasmados e eu considero esse grupo muito importante. São nossos coirmãos”

Em um clima de confraternização e cooperação internacional marcado principalmente pelos por vários sotaques e experiências de vidas compartilhadas ouvidos durante o evento, a visita dos observadores em Belo Horizonte se encerrava com o tradicional cafezinho, acompanhado de pães de queijo e outros quitutes.


Foto: Daniel Tulher
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