IBGE promove ação de diálogo com indígenas sobre o Censo Demográfico de 2022

Editoria: Censo 2022, IBGE | Da Redação

12/07/2022 10h04 | Atualizado em 12/07/2022 10h40

Foto: Divulgação/Funai

O IBGE vem realizando ações de aproximação e diálogo com diferentes comunidades indígenas em vários estados sobre o Censo Demográfico 2022. As conversas acontecem em aldeias de todo o país e contam com o apoio da Fundação Nacional do Índio (Funai), como ocorreu mais recentemente, entre os dias 1 e 8 de julho, no Pará. O objetivo dessas ações é realizar ajustes necessários para que o recenseamento atenda às especificidades dos povos indígenas contribuindo para a formulação de políticas públicas em prol dessas populações.

Antes de começar as visitas aos domicílios, os recenseadores farão novas reuniões de abordagem com as lideranças indígenas comunitárias para reiterar as informações sobre a operação censitária, que tem a coleta de dados prevista para iniciar a partir de 1º de agosto, e reforçar a importância de todos responderem aos questionários.

Vale ressaltar que, neste ano, o Censo contará com a participação de inúmeros recenseadores indígenas nas equipes, os quais foram aprovados em processos seletivos do IBGE. Além disso, em algumas aldeias serão contratados pelo instituto guias comunitários e intérpretes desses povos para prestar assistência aos recenseadores não-indígenas na interlocução com as comunidades durante a coleta de dados.

Além da Funai, outras instituições também deram apoio nos trabalhos de conscientização sobre o Censo nas Terras Indígenas Munduruku e Sai-Cinza como a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) e uma das associações Munduruku da região.

Histórico

O Recenseamento Demográfico, realizado a cada dez anos, é o mais completo levantamento das condições de vida da população brasileira, servindo como principal fonte de informação para a construção de políticas públicas, nos mais diversos campos de atuação do Estado. O segmento indígena começou a ser investigado no Censo a partir de 1991, quando foi introduzida a opção “indígena” na pergunta sobre cor ou raça.

Esse quesito, repetido em 2000, estava presente apenas no “Formulário da Amostra”, respondido por 10% da população, e não investigava outras questões como o pertencimento étnico e línguas faladas, o que limitava o conhecimento da realidade indígena a partir do Censo.

Como resultado da cooperação entre o IBGE e Funai no Censo 2010, obteve-se um enorme avanço no conhecimento da realidade indígena. Para o Censo 2020, ambos firmaram em 2018 uma cooperação ainda mais estreita, com duração de quatro anos, que contempla as três etapas da operação censitária, a preparação, a coleta e a validação/divulgação dos dados estatísticos. A crise sanitária decorrente da covid-19 levou ao adiamento do Censo, inicialmente para 2021 e depois para 2022.

As perguntas presentes nos questionários que serão utilizados na fase da coleta do Censo 2022 envolvem, além do pertencimento étnico e língua falada, condições sanitárias, práticas ritualísticas e/ou religiosas, situação econômica, acesso à documentação básica, situação de escolaridade, entre outras informações que contribuem para o planejamento e a execução de ações de órgãos governamentais com atuação junto às populações indígenas.

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