Mais que conhecimentos técnicos: segunda etapa de treinamentos do Censo promove importantes reflexões entre servidores do Ceará

Editoria: Censo 2022 | Da Redação

28/04/2022 09h00 | Atualizado em 28/04/2022 02h01

No último dia 13 foi finalizado no Ceará mais um ciclo do Treinamento Centralizado de Coleta e Supervisão do Censo Demográfico 2022. Desta vez, a capacitação ocorreu com a colaboração da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará, que cedeu sua estrutura para alocação das turmas. A parceria firmada com a Assembleia foi iniciativa do Chefe da UE/CE Francisco Lopes e também será mantida nas próximas fases da cadeia de treinamentos. 

Nesta segunda etapa, foram formadas duas turmas com 33 alunos ao todo, incluindo servidores da capital e do interior, os quais se somam aos 17 que já haviam sido treinados em março na sede da UE. O IBGE Ceará está se preparando para, nos meses de maio, junho e julho, dar continuidade à cadeia de treinamentos, capacitando cerca de 10 mil pessoas em todo o estado, incluindo os Agentes Censitários Operacionais (ACO), os Coordenadores Censitários de Subárea (CCS), os Agentes Censitários Municipais (ACM), os Agentes Censitários Supervisores (ACS) e, por fim, os recenseadores.

Os conteúdos essenciais

O novo ciclo de treinamentos contou com três instrutores dirigindo cada turma, os quais puderam se revezar na exposição dos conteúdos. Marcelo Saraiva, Analista em Geoprocessamento e Coordenador da Base Territorial, esteve como um dos instrutores nesta etapa da cadeia. O servidor, que já teve experiências anteriores ministrando treinamentos do IBGE, avaliou positivamente a experiência e qualidade do curso: “Eu pude perceber que houve uma melhora significativa, tanto no material didático quanto no instrucional e de atividades”, pontuou.

Pedro Rodolfo Freitas, que trabalha na coordenação do Cadastro Nacional de Endereços pra Fins Estatísticos (CNEFE) e que está atuando como instrutor no Censo 2022, resumiu os conteúdos repassados nos treinamentos: “A gente tem que pensar tanto na parte da coleta, que tem todo um treinamento operacional, de campo, que envolve conduta dos recenseadores, a parte conceitual, como manusear os equipamentos, etc; e na outra vertente, que é a parte de supervisão, um trabalho mais de intelecto, de liderança, onde o servidor tem que ter essa atitude para lidar com uma equipe grande de recenseadores e com muitos setores de trabalho.”

Além dos instrutores oficiais, as turmas contaram com a valiosa participação do Analista Censitário e antropólogo Fábio Jota, o qual esteve ministrando os conteúdos para abordagem específica com os Povos e Comunidades Tradicionais, uma grande novidade do Censo 2022. Ele considera que o material dos treinamentos sobre o tema foi bem construído, e enfatiza a importância desse cuidado e preparação nas áreas indígenas e quilombolas. Segundo Fábio, “o principal é tentar passar a diversidade que a gente tem na população brasileira, e como o Censo pode ajudar a representar esta diversidade. E, nesse sentido, passar também a necessidade da empatia, do respeito e de estar aberto para essa temática.”

Inúmeros conteúdos foram abordados nas duas semanas de Treinamento para o Censo 2022

Os ensinamentos transmitidos

Em duas semanas de aulas, uma grande quantidade de conteúdos foi ministrada às turmas. Porém, as lições aprendidas no curso vão muito além dos conhecimentos técnicos. Vagner Soares, que no Censo 2022 está como supervisor da Pesquisa de Pós-Enumeração (PPE) e como instrutor dos treinamentos, destacou a importância de repassar ao recenseador a ideia de pertencimento ao IBGE: “Por mais que ele não passe muito tempo na instituição, mas durante aquele tempo ele vai ser IBGE. Grande parte da população do Brasil só conhece o IBGE através do Censo, ou seja, através do trabalho do recenseador. É importante fazer com que ele entenda a importância do seu trabalho, não só para o IBGE como também para o Brasil.” 

A necessidade de estimular o recenseador a fazer um trabalho bem feito foi um ponto ressaltado por João Victor Barros, que atua na Supervisão Estadual de Pesquisas Agropecuárias (SEPAGRO/CE) e também esteve conduzindo os treinamentos do Censo: “A gente tenta sempre passar a utilidade que aquele dado que está sendo levantado vai ter depois e o retorno que vai proporcionar para todos nós como país. Eu acho que isso é uma maneira de fazer o recenseador vestir a camisa, para ele fazer da melhor maneira possível, não somente pensando em receber o pagamento.”

Thais Moura, que durante o Censo tem trabalhado no Planejamento da Base Territorial e na Supervisão da Base de Informações sobre os Setores Censitários (BIOS), também foi escalada para ministrar os treinamentos. Para ela, o principal ensinamento a ser transmitido é o compromisso com a instituição e com os informantes: “A gente tenta passar para os treinandos que é necessário muito comprometimento com a pesquisa e com as pessoas que estão sendo pesquisadas. Que o respeito é fundamental, que a gente precisa trabalhar com ética e com integridade.”

Mais que conhecimentos técnicos: instrutores promoveram importantes reflexões no Treinamento do Censo

As lições aprendidas

Os frutos dos ensinamentos repassados puderam ser observados nas duas turmas treinadas nesta etapa. “A gente quer fazer um trabalho de excelência para que possamos falar com grande alegria que as informações que estarão sendo apresentadas daqui a alguns anos foram feitas com muita qualidade”, assegurou Arthur Frota, Coordenador de Área de Sobral, que participou da turma com os servidores das Agências do IBGE no interior do estado. 

Também desta turma, Carlos Nauber Araújo, Coordenador de Área de Canindé, confessou que o treinamento, embora bastante intenso, é necessário para a boa execução da operação censitária: “A gente tem que receber essas informações, para adquirir novos conhecimentos, aperfeiçoar os que nós já temos, e, assim, poder repassar para aqueles que vão adentrar a nossa casa. A maioria vai vir sem nenhum conhecimento, então a gente tem que estar bem preparado.”

O mesmo sentimento foi percebido também na turma com os servidores da sede da Unidade Estadual. Amâncio Guerra, que atualmente trabalha na Pesquisa Anual de Serviço (PAS), considera que o curso foi bastante proveitoso: “O treinamento tem quantidade e tem qualidade. O conteúdo é amplo, é verdade, mas está sendo muito bem trabalhado pelos instrutores, que são extremamente capazes e competentes. E a dinâmica da turma está muito bacana, correta, como tem que ser.” 

“O treinamento está transcorrendo numa ambiência maravilhosa, os instrutores são muito preparados, muito qualificados. A turma é muito madura, e todo mundo está colaborando. Eu considero nota 10 esse treinamento do Censo”, comemorou também Regina Dias, Supervisora Estadual de Pesquisas Agropecuárias (SEPAGRO), que já ministrou treinamentos em Censos anteriores, e agora esteve como treinanda. Ela também afirmou estar impressionada com a estrutura preparada para esta operação censitária, sobretudo com o desenvolvimento tecnológico do IBGE.

Entusiasmo e dedicação entre as turmas da segunda etapa de Treinamentos do Censo no Ceará

O sucesso do curso

O êxito dos treinamentos vai muito além do repasse bem-sucedido dos conhecimentos censitários. Os momentos ali compartilhados também serviram para promover uma maior aproximação entre os servidores. Emocionado, o instrutor Antônio Carlos Rodrigues, que é Tecnologista de Informações Geográficas e Estatísticas e está completando 40 anos de IBGE, confessou à turma: “Agora me senti de volta ao IBGE. Me senti reintegrado, após um longo tempo afastado, sobretudo com a pandemia. Os treinamentos promoveram integração entre os servidores, os do quadro temporário e os permanentes.” 

Além dos instrutores e treinandos, o ciclo de treinamentos contou também com a atuação dos observadores. O trabalho desses servidores foi imprescindível para o bom andamento do curso, seja trazendo feedbacks sobre as aulas ministradas, tirando dúvidas levantadas na turma, ou mesmo observando o que poderá ser aperfeiçoado para as etapas seguintes. Estiveram como observadores: Delmont Melo e Theo Sales, ambos da UE/CE, e Lilian Rose Ribas, Fernanda Torres e Maria Eugênia Rocha, da sede do IBGE no Rio de Janeiro. 

No encerramento do curso, Maria Eugênia, que faz parte da Coordenação de Treinamento Aperfeiçoamento (CTA), teceu muitos elogios ao bom trabalho da UE/CE, evidenciado por meio da atuação dos instrutores: “Só tenho a agradecer e parabenizar. Eu tive a oportunidade de estar no treinamento passado como observadora, e agora, vendo vocês que eram treinandos assumindo como instrutores, sinto que meu relatório vai valer a pena. Na aula de orientações didáticas, a primeira lição era essa, de colocar o treinando em primeiro lugar. E vocês estão fazendo isso. Então quero colocar vocês como exemplo para quem estiver aqui como treinando e for repassar o curso, para se espelhar em vocês.”

Treinamento promoveu momentos de interação entre servidores do IBGE no Ceará

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