O 'Verão do Censo' na Bahia

Editoria: Censo 2022 | Da Redação

21/02/2022 11h00 | Atualizado em 03/03/2022 10h42

Foto: Acervo IBGE

Dizem que, no Brasil, o ano só começa mesmo depois do Carnaval. Mas, ainda que o verão tenha tradicionalmente um clima de férias, festas e diversão, tudo muda em ano de Censo Demográfico! Desde dezembro de 2021, a alta estação tem sido de muito trabalho, articulação e preparação em toda a Bahia, e o clima é de contagem regressiva para o início da tão aguardada operação censitária, em 1º de agosto.

Os destaques do “Verão do Censo 2022” no estado foram as Reuniões de Planejamento e Acompanhamento (REPACs), a participação em encontros presenciais e remotos com representantes de comunidades quilombolas, a finalização da inclusão de dados na Base de Informações sobre os Setores Censitários (BIOS), e a revisão da associação dos endereços a serem visitados e sua localização no mapa de setores censitários.

Quase 150 REPACs em cerca de dois meses

Das 244 REPACs realizadas na Bahia desde 2021 (em 58,5% dos 417 municípios do estado), 99 ocorreram entre 21 de dezembro do ano passado e 16 de fevereiro de 2022 (4 em cada 10). Outras 48 reuniões estão marcadas e devem acontecer até o fim deste mês. Ou seja, em cerca de dois meses, serão realizados 147 encontros.

“A Bahia é um estado com muitos municípios, então as REPACs são sempre um desafio. Mas o início do ano tem sido muito produtivo. Começamos com força no fim de 2021, tendo os processos seletivos simplificados como ‘gancho’”, conta Luís Alberto Pacheco, coordenador estadual de REPACs. “Foi um verão bem atípico”, brincou Pacheco, que só se "bronzeou" de muito trabalho.

O resultado mais visível das “REPACs de verão”, além de um bom número de inscritos nas seleções para trabalho temporário no Censo, foi a conquista de locais para instalação de postos de coleta. Das 104 subáreas da Bahia, 101 já têm esses espaços definidos, quase todos por meio de parcerias locais, sobretudo com as prefeituras - tradicionalmente grandes parceiras desse grande evento.

Em reuniões extraordinárias, um contato mais próximo com quilombolas

O verão do Censo 2022 na Bahia também foi momento de pegar o barco e visitar as ilhas de Maré, dos Frades e de Bom Jesus dos Passos, que são bairros de Salvador. Não para tomar banho de mar no “Caribe baiano”, como as três são conhecidas, mas para uma aproximação maior com importantes grupos quilombolas que vivem nesses locais.

O coordenador de área de Salvador, Luiz Eduardo Oliveira, e o coordenador das REPACs, Luís Alberto Pacheco, cruzaram a Baía de Todos os Santos, em janeiro, para conversar com representantes de comunidades como as de Praia Grande e Bananeiras, em duas REPACs extraordinárias presenciais. Uma terceira foi realizada remotamente. “A gente teve uma aproximação com as comunidades, analisamos a logística do deslocamento no local e apresentamos o IBGE para que, quando chegue o Censo, a população local já esteja familiarizada conosco”, disse Luiz Eduardo.

Além disso, a Unidade Estadual do IBGE na Bahia (UE/BA) conseguiu uma parceria com a Fundação Mário Leal Ferreira (ligada à Prefeitura de Salvador), que está realizando um Plano de Bairro para a Ilha de Maré e garantiu apoio à divulgação da operação censitária.

Finalização da coleta da BIOS mobilizou equipes em todo o estado

A chegada do verão coincidiu com a diminuição das restrições em relação ao trabalho presencial, o que também “turbinou” a coleta de informações para a BIOS.

Em toda a Bahia, 104 coordenadores censitários de subárea (CCS), com o apoio dos coordenadores de área, participaram do trabalho de alimentação desse importante banco de dados que possibilita conhecer melhor os setores censitários e seus desafios.

Foram levantadas informações sobre 12 diferentes temas, 7 deles com potencial de impactar a atuação dos recenseadores (como segurança, necessidade de uma logística especial, existência de cortiços e condomínios etc.) e 5 relacionados aos Povos e Comunidades Tradicionais (como existência de terras, territórios ou agrupamentos indígenas e quilombolas).

Além do retorno progressivo ao trabalho presencial, a partir de outubro de 2021, o término do Teste do Censo em Amaralina (Salvador), no início de 2022, também favoreceu a intensificação da coleta da BIOS.

“Podemos destacar as visitas realizadas no Centro de Salvador para confirmar a existência de cortiços, quando foram investigados cerca de 60 locais”, relembra Pedro Biscarde, coordenador Técnico do Censo na Bahia.

Os trabalhos de coleta da BIOS devem se encerrar sexta-feira, 25 de fevereiro. Os principais desafios nesta fase final são os temas de restrição de segurança e condomínios de difícil acesso. “Geralmente precisam de mais trabalho de campo para obter as informações”, diz Biscarde.

Endereços mapeados

Outra importante tarefa de preparação para o Censo que avançou bastante no verão, na Bahia, foi a revisão da associação dos endereços às faces de quadra correspondentes - ou seja, o trabalho meticuloso de “posicionar" em cada linha do mapa detalhado dos setores censitários os endereços que ali estão localizados.

O coordenador Operacional do Censo na Bahia, Francisco Brito, conta que, em 2018, 26,8% das mais de 672.000 faces de quadra da Bahia estavam desassociadas, ou seja, sem linha correspondente no mapa de setores. Ao longo desses quatro anos, o percentual foi reduzido substancialmente.

"Desde novembro de 2021, estamos revisando as associações, município a município, setor a setor. A posição de hoje [21/02/22] é de 360 [de 417] municípios revisados, e a meta é revisar todos até o fim de fevereiro”, conta.

Testes e visita do presidente do IBGE

Antes mesmo do verão, o calor do Censo 2022 já podia ser sentido na Bahia - e, claro, nas outras 26 unidades estaduais. No dia 4 de novembro, o IBGE deu início aos testes nacionais em 27 localidades estrategicamente escolhidas pelas chefias e coordenações regionais da operação. Em Salvador, os testes ocorreram no bairro de Amaralina.

"Foi a materialização dos nossos esforços e compromissos com o Censo”, declarou Francisco Brito, mais conhecido como Chico, ao descrever a sensação de receber - ele mesmo - a visita do recenseador do IBGE numa tarde da sexta-feira. “Fincamos pé em Amaralina com o compromisso de conquistar o bairro, no melhor sentido possível da palavra: o de engajar e tornar as pessoas que moram aqui nossas parceiras", disse à época a coordenadora de Divulgação, Mariana Viveiros. "Afinal, o Censo não é do IBGE, é de todos”, acrescentou.

Além de conquistar as pessoas, os testes em Amaralina mobilizaram a imprensa. Estiveram presentes ao evento de lançamento da operação quatro emissoras (TV Bahia, afiliada da TV Globo, TV Itapoan/Record, TV Aratu/SBT e TVE/Educadora), bem como o principal jornal impresso e portal de notícias da capital baiana, o Correio. A rádio Bandnews Salvador e o jornal/ site Tribuna da Bahia fizeram entrevistas por telefone, e diversos outros portais noticiaram o início da operação-piloto.

Pela primeira vez, nos dias 17 e 18 de novembro, o presidente do IBGE, Eduardo Rios Neto, visitou a UE/BA para acompanhar in loco o andamento do Teste do Censo 2022 no estado. Foram dois dias de uma agenda cheia de compromissos. Além de conhecer a sede da UE, onde se reuniu com os gestores baianos, Rios Neto visitou Amaralina; esteve no posto de coleta do Teste do Censo no bairro; conversou com a equipe censitária de Salvador, inclusive os envolvidos diretamente no teste; teve um encontro importante com o prefeito da capital; e deu entrevistas... sinalizando a intensidade que estava por vir no "Verão do Censo" na Bahia.


Foto: Acervo IBGE
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