IBGE inicia teste do Censo 2022 em áreas indígenas e quilombolas de Angra dos Reis e Paraty (RJ)

Editoria: Censo 2022 | Da Redação

23/11/2021 15h24 | Atualizado em 06/12/2021 17h31

Os municípios de Angra dos Reis e Paraty, no Rio de Janeiro, estão recebendo mais uma etapa de testes do Censo Demográfico 2022 junto a povos e comunidades Tradicionais – PCTs. Os testes estão acontecendo em três Terras Indígenas oficialmente delimitadas, um agrupamento indígena e um Território Quilombola oficialmente delimitado e em setores de arredores.

Executada por técnicos e coordenadores censitários da Unidade Estadual do Rio de Janeiro, a operação busca testar os procedimentos diferenciados de abordagem às lideranças indígenas e quilombolas com mediação da Fundação Nacional do Índio – FUNAI, a aplicação do questionário de abordagem em agrupamentos indígenas e a abertura espacialmente controlada de quesitos específicos de identificação étnico-racial do questionário domiciliar.

Equipe de coleta na Terra Indígena Guarani de Bracuí, Angra dos Reis/RJ

O trabalho está contando com observação direta de técnicos do Grupo de Trabalho de Povos e Comunidades Tradicionais, que atuaram também como instrutores do dia de treinamento de Povos e Comunidades Tradicionais, que foi ministrado no Colégio Estadual Indígena Karai Kuery Renda, localizado na Terra Indígena Guarani de Bracuí, em Angra dos Reis. As aulas de preparação das recenseadoras contaram com a observação de técnicos da Gerência de Treinamento da COC, do Grupo de Trabalho da FUNAI para o Censo 2022, da Coordenação Técnica Local da FUNAI (CTL/Paraty) e de lideranças indígenas da região. O treinamento foi realizado em modalidade presencial, permitindo a presença de observadores e de lideranças comunitárias, o que contribuiu para a ambientação da equipe de coleta em relação às realidades a serem recenseadas.

No treinamento, realizado em modalidade presencial, os treinandos contaram com ajuda intensiva dos instrutores, desenvolvendo maior familiaridade com os instrumentos de coleta
Treinandos aprendem a manusear e executar procedimentos no DMC com apoio dos instrutores

Os técnicos do IBGE que se encontram em campo foram testados para a COVID-19 na Unidade Básica de Saúde Indígena do Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI Litoral Sul) da Secretaria Especial de Saúde Indígena (SESAI) do Ministério da Saúde. Nessa ocasião, está sendo testado o Protocolo de Saúde em Terras Indígenas e Territórios Quilombolas, elaborado pelo IBGE e validado pela FUNAI e pela SESAI, tendo considerado as exigências da Lei n. 14.021, de 7 de julho de 2020, que dispõe sobre medidas de gestão da pandemia por COVID-19 nas áreas indígenas e quilombolas e as orientações inseridas pelo Supremo Tribunal Federal – STF em decisões posteriores.

Recenseadora realiza reunião de abordagem com vice-cacique da Terra Indígena Guarani de Bracuí
Recenseadora aplica questionário domiciliar acompanhada de guia-intérprete e observador externo da FUNAI
Foram testados também procedimentos de identificação de guias comunitários e intérpretes por parte dos recenseadores

A seguir, algumas impressões dos participantes e observadores do teste em Angra dos Reis e Paraty:

• Rafael Marques (observador externo da FUNAI): “Foi uma oportunidade única poder observar o IBGE por dentro. Essa semana permitiu-me compreender que o IBGE tem muita experiência com o trabalho junto a Povos e Comunidades Tradicionais: a compreensão da relação com a diferença e o respeito à alteridade permeiam os materiais de treinamento. Os vídeos, os slides, as fotos escolhidas, os exercícios. Por outro lado, todo o procedimento de abordagem foi muito bem-sucedido e as perguntas dos questionários estão muito bem formuladas. Encerro essa semana de observação com a certeza de que o Censo Demográfico ocorrerá de forma muito positiva para os povos indígenas”.

• Marta Antunes (responsável técnica pelo Grupo de Trabalho de Povos e Comunidades Tradicionais): “Aqui em Paraty e Angra dos Reis estamos testando a performance no DMC do aplicativo do questionário de abordagem às lideranças indígenas e os resultados são promissores. Verificamos que a aposta numa função ajuda diferenciada para o questionário domiciliar foi muito importante e facilitou a aplicação pelo recenseador e a compreensão por parte dos informantes indígenas. O treinamento presencial também se mostrou essencial pois é muito mais eficiente para o desenvolvimento de habilidades dos procedimentos no DMC”.

• Fernando Damasco (Gerente de Territórios Tradicionais da Diretoria de Geociências): “Retomar o treinamento em modalidade presencial foi fundamental para superar as principais lacunas que a modalidade remota não conseguiu resolver, principalmente as atividades práticas para orientação do recenseador em campo com mapas e o DMC. Os testes estão sendo essenciais também para verificarmos o funcionamento da abertura espacialmente controlada dos quesitos de identificação étnico-racial, inclusive o de identificação quilombola, que será aplicado pela primeira vez neste Censo. O apoio operacional da UE/RJ está permitindo acompanhar a abertura dos quesitos conforme a localização dos domicílios no interior, nos limites e fora dos setores censitários de PCTs e das Áreas de Interesse Operacional (AIOs)”.

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