Censo 2020 agora tem o apoio de entidades e associações comunitárias de Belém

| Da Redação

14/02/2020 13h27 | Atualizado em 14/02/2020 13h32

Mais de 40 representantes de entidades comunitárias da região metropolitana de Belém participaram de um encontro realizado pela Unidade Estadual do IBGE no Pará (UE/PA), na manhã da último dia 12 de fevereiro. O objetivo foi apresentar o Censo 2020 e pedir apoio das comunidades e associações na divulgação da operação para acesso dos recenseadores nos bairros. A maioria dos participantes foi formada por lideranças de associações e centros comunitários e de áreas de remanescentes de quilombos.

A abertura do evento contou com a participação do chefe da UE/PA, Rony Helder Cordeiro, e da coordenadora operacional estadual do Censo, Bárbara Padilha, que deram as boas-vindas aos participantes e explicaram o objetivo do encontro. A secretária Úrsula Vidal, titular da Secretaria Executiva de Cultura, que cedeu gratuitamente o Teatro da Estação Gasômetro para a realização do evento, também teve um momento de fala, no qual agradeceu a oportunidade de parceria e ressaltou a importância da participação de todos no trabalho do IBGE.

Em seguida, o coordenador técnico estadual do Censo, Luiz Cláudio Martins, fez uma exposição de todas as etapas da operação censitária. Ao final da explanação, foi a vez de fala dos convidados. Dois microfones foram disponibilizados para que os presentes pudessem tirar dúvidas, dar sugestões e falar sobre as peculiaridades de suas áreas.

A quilombola Érica Monteiro, que tem sua origem na comunidade de Itancoã, no município do Acará, foi uma das integrantes da Coordenação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Pará (Malungu) a participar do evento. “Lamentamos que só em 2020 as populações remanescentes de quilombos estejam sendo contadas. Vejo nossa inclusão no Censo como o resultado da própria luta do movimento negro por visibilidade”, disse Érica. “Nossas expectativas são as melhores. Já estamos iniciando uma articulação com várias lideranças no sentido de mostrar o quanto é importante abrirmos as portas para o recenseador”.

Antônia Salgado, que coordena a Rádio Popular do bairro do Tapanã e o Movimento de Mulheres do Tapanã agradeceu a oportunidade de participar do evento. “O que eu mais gostei foi que, com esse evento, o IBGE inverteu a lógica. Estamos aqui não só como pessoas que vão ser contadas, mas como sujeitos que também tem sua contribuição no processo”, disse ela.

Paulo Afonso dos Santos, da Associação Comunitária São Francisco, no bairro do Telégrafo, e integrante da coordenação estadual da União por Moradia Popular, elogiou a iniciativa do IBGE. “Essa abordagem, essa metodologia de chamar as comunidades e grupos organizados da sociedade para conversar muito antes dos recenseadores começarem a ir nas nossas casas, achei interessante porque aproxima a gente”, opinou. Para Paulo, a parceria com as comunidades deve garantir o acesso dos recenseadores em áreas consideradas perigosas. “Tem lugares em Belém que se você chegar com a polícia pode não ser a melhor solução. Já você chagando com alguém que a comunidade conhece e confia, uma pessoa que realmente mora ali e conhece a realidade do local, é outra coisa”, alertou.

Todos os participantes preencheram um cadastro com seus contatos e identificação por bairro. A lista servirá para futuras divulgações relacionadas às etapas da operação censitária.

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