IBGE e Funai se reúnem para traçar estratégias para recensear indígenas em Alagoas

| Da Redação

14/02/2020 11h54 | Atualizado em 14/02/2020 13h01

Representantes da Unidade Estadual do IBGE em Alagoas (UE/AL) se reuniram com servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) no estado, no último dia 11 de fevereiro, para traçar estratégias para a coleta de dados do Censo Demográfico 2020, que começa em agosto. Foram apresentados à coordenadora regional da Funai, Waldira Barroso e equipe o método, os critérios e os questionários (domiciliar e de abordagem) voltados para as áreas indígenas.

O coordenador de área de Maceió para o Censo 2020, Sidney Amorim, comemorou o avanço nas conversas com a Funai, órgão estratégico para a missão censitária. “Esse Censo é o primeiro que vai dar ênfase aos povos e comunidades tradicionais. Essa aproximação é muito importante para a gente ter acesso às comunidades indígenas sem maiores dificuldades. Depois do Censo, a Funai também vai ser muito beneficiada com os dados”, assegurou.

Os servidores da Funai aproveitaram a ocasião para expor o panorama atual das áreas indígenas em Alagoas, destrinchando particularidades e esclarecer questões pertinentes ao Censo 2020. O indigenista especializado, André Albuquerque, participou ativamente do encontro apresentando contextos históricos. Ele foi nomeado como ponto focal para o Censo na Coordenação Regional I, que engloba os estados de Alagoas, Pernambuco e Sergipe, e espera contribuir com o IBGE.

“É fundamental dar visibilidade aos povos indígenas para que a sociedade possa realmente entender quem são e como vivem atualmente. Isso que é o fundamental: o IBGE poder colocar em dados para ficar facilmente visualizável”, comentou ele.

No encontro, ficou definido que a Funai providenciará o contato das lideranças indígenas em Alagoas, as dificuldades que os recenseadores poderão enfrentar em campo e uma listagem com as escolas indígenas do estado. Pelo IBGE, abriu-se a possibilidade da realização de um minicurso do Sistema de Recuperação Automática (Sidra) aos servidores da Funai.

“As próximas reuniões serão com a Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), Conaq (Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas) e Fundação Palmares. Depois entraremos em contato com as lideranças indígenas e quilombolas, para obter a autorização prévia e fazer a escuta das diferentes demandas. Nesse processo, é fundamental levar em conta as particularidades de cada povo ou comunidade tradicional, para que seus territórios e culturas sejam respeitados durante a realização do Censo”, disse o analista censitário e sociólogo Renato Chaves, designado para o trabalho com as comunidades tradicionais.

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