IBGE divulga o Censo 2020 para povos e comunidades tradicionais no Mato Grosso
14/02/2020 11h30 | Atualizado em 14/02/2020 11h46
A Unidade Estadual do IBGE no Mato Grosso (UE/MT) participou da oficina “Povos e Comunidades Tradicionais e o Programa REM: Construindo Caminhos”, no Mato Grosso Palace Hotel, na região central de Cuiabá, no último dia 5 de fevereiro, para apresentar as estratégias para Censo Demográfico 2020 no estado. Esta será a primeira vez que a pesquisa vai recensear as comunidades quilombolas.
A oficina reuniu indígenas, povos de matriz africana (de terreiros e quilombolas), ciganos, pantaneiros, ribeirinhos, pescadores e seringueiros. Segundo a organização do evento, havia cerca de 140 participantes no evento, sendo de 40 a 50 representantes de comunidades quilombolas.
“A gente foi dar as informações, mostrar a eles como que o Censo está avançando em relação à identificação, ao mapeamento e a coleta de informações específicas, tanto para comunidades indígenas quanto quilombolas”, disse Renata Bortoletto, coordenadora operacional do Censo.
Para a servidora, é interessante que, com o conhecimento adquirido sobre a realização do Censo, essas lideranças poderão conscientizar seus parentes e amigos nas comunidades para que recebam bem o recenseador do IBGE. Renata ainda respondeu a dezenas de dúvidas dos participantes. “Eu achei o pessoal bastante interessado. Eu acho que eles entenderam a proposta. E eles viram a importância disso para a própria atuação deles, para o reconhecimento da identidade”, afirma.
Com as informações obtidas junto ao Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), à Sepir (Secretaria Especial da Promoção da Igualdade Racial), à Funai (Fundação Nacional do Índio), com os dados que o IBGE vem coletando desde o Censo 2010, com o Censo Agropecuário, o instituto conseguiu mapear um grande número de comunidades, sejam elas em território já demarcados, sejam em setores, em agrupamentos ou em áreas de interesse estatístico.
Nesses locais identificados como área quilombola o questionário vai abrir uma pergunta específica: “Você se considera quilombola?”. Depois, se a resposta for positiva, a questão será “Qual o nome de sua comunidade?”. De acordo com Renata, não haverá pergunta específica para ribeirinho, pantaneiro ou pescador, por exemplo, mas o Censo poderá identificar onde estão estas comunidades, por meio do combo de localidades, o que vai ampliar o banco de dados do órgão e retratar melhor os povos e comunidades tradicionais do estado.
Os organizadores do evento prometeram compartilhar os contatos dos participantes da oficina com o IBGE, o que vai facilitar a comunicação com esses líderes em oportunidades futuras.