IBGE apresenta projeto do Censo em reunião do Conselho Distrital de Saúde Indígena em Campo Grande

| Da Redação

03/02/2020 09h49 | Atualizado em 03/02/2020 09h54

Representantes da Unidade Estadual do IBGE em Mato Grosso do Sul (UE/MS) apresentaram o projeto do Censo Demográfico 2020, durante a primeira reunião deste ano do Conselho Distrital de Saúde Indígena (Condisi), que aconteceu entre os dias 21 e 22 de janeiro, no Distrito Sanitário Especial Indígena (DSEI), em Campo Grande. O evento reuniu líderes e representantes das comunidades indígenas do estado, além de órgãos vinculados aos estudos das populações indígenas.

Durante a abertura, o chefe da UE/MS, Mario Alexandre de Pinna Frazeto, ressaltou a importância da execução da operação censitária, sobretudo, junto às comunidades tradicionais. “O Censo 2020 trará informações mais detalhadas, além de atualizar as existentes, sobre a população indígena em Mato Grosso do Sul, principalmente com dados sobre a etnia e as línguas faladas por essas populações”, explicou.

O segundo dia do evento reuniu os conselheiros locais de saúde indígena. Na oportunidade, o coordenador operacional do Censo, Alex de Almeida Uchôas, explicou as atividades da operação censitária, bem como os detalhes do recenseamento indígena. Haverá, nessas comunidades, além do questionário domiciliar padrão, um questionário prévio com a liderança de cada agrupamento, com perguntas sobre infraestrutura, educação e saúde, entre outras. “Você se considera indígena?’ Essa pergunta será feita para toda a população localizada em territórios indígenas previamente mapeados pelo IBGE. Assim, buscaremos solucionar problemas de subenumeração da população indígena, principalmente, em razão das pessoas que, mesmo não se declarando como indígenas (quesito cor/raça), consideraram-se indígenas”, explicou.

Território reconhecido

Para o cacique da população indígena Kinikinau, Nicolau Flores, o trabalho do IBGE será importante para mapear a existência do seu povo em terras sul-mato-grossenses. De acordo com ele, os Kinikinaus não possuem território, devido a guerras e conflitos que resultaram na sua dispersão, o que os levou a morar em terras emprestadas de outras etnias. “O IBGE vai perguntar se nossos irmãos se consideram indígenas e eles poderão responder o nome do nosso povo. Nossos parentes estão espalhados pelo estado. Com essa pesquisa poderemos saber quantos somos em números”, afirmou.

Para a analista censitária de Ciências Sociais, Thays Nogueira, a presença do IBGE na reunião do Condisi concretiza-se como uma manifestação do respeito da instituição pelos povos indígenas e da valorização de sua participação em processos que os envolvam. “Em suma, foi um contato inicial bem-sucedido e esperamos que isso reflita quando os recenseadores forem a campo, trazendo-nos, desta forma, dados fidedignos sobre a população indígena do nosso estado”, explicou.

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