Funai e Sesai auxiliam IBGE no planejamento para a coleta de dados nas aldeias e com indígenas urbanos

| Da Redação

28/01/2020 11h36 | Atualizado em 28/01/2020 11h36

A Coordenação Técnica do Censo Demográfico de Povos Tradicionais vem buscando a cooperação de órgãos que prestam assistência ao indígena, como a Fundação Nacional do Índio (Funai) e a Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), incluindo os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). Como resultado, tem obtido informações valiosas para o planejamento e execução da operação censitária no estado que possui a maior população indígena do país.

A partir de abril, a Unidade Estadual do IBGE (UE/AM) vai intensificar o contato com esses órgãos para a divulgação do Censo, visando estimular a autodeclaração de indígenas urbanos. Também vai buscar junto ao Sesai apoio para o planejamento e execução da coleta de dados nas aldeias, que inclui suporte de transporte, internet, hospedagem e comunicação com a indicação de intérpretes, viabilizando o trabalho do Censo e poupando recursos.

“Precisamos da autorização da Funai para entrar nas terras indígenas e realizar o recenseamento. O apoio do órgão é uma necessidade legal. Outro ponto é a questão dos povos isolados e de recente contato, que possuem cultura totalmente diferente da nossa. Nesses casos, os órgãos indigenistas nos orientam como abordar esses povos”, explicou o coordenador técnico do Censo, Tiago Almudi.

Analista censitário da área de Ciências Sociais, Rafael Tannus destaca duas grandes dificuldades nesse tipo de recenseamento. “A primeira é localizar as comunidades e os indígenas urbanos. A segunda é conscientizar os indígenas e as suas lideranças sobre a importância da autodeclaração, de modo que eles forneçam aos recenseadores as informações necessárias ao Censo”.

Rafael Tannus tem visitado vários municípios do Amazonas e de outros estados para se reunir com órgãos indigenistas e tratar das necessidades do IBGE. Em dezembro, ele esteve em Tefé, Lábrea e Humaitá, no Amazonas, e Porto Velho, capital de Rondônia. Além dos desafios da autodeclaração, outra preocupação do analista censitário será aplicar os questionários de acordo com os períodos de seca dos rios nas comunidades isoladas onde só se chega de barco.

“Vamos fazer o recenseamento de algumas áreas prioritariamente, já na primeira ou segunda semana de coleta, em agosto, como os banauás-iafis, porque eles e outras etnias vivem em locais onde a seca chega cedo, e outras que são o contrário, onde poderemos ir só depois, então, resumindo, precisaremos ir no período certo a cada local”, disse ele.

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