Censo Experimental na Terra Indígena Entre Serras (PE) chega à reta final e permite ao IBGE identificar gargalos

| Da Redação

14/11/2019 14h33 | Atualizado em 18/11/2019 14h35

Após 40 dias de trabalho, a etapa do Censo Experimental em Pernambuco, realizada na Terra Indígena Entre Serras, localizada nos municípios de Tacaratu, Petrolândia e Jatobá, chegou à reta final indicando gargalos que podem afetar a coleta de dados durante a operação do Censo Demográfico 2020. A fase experimental começou em setembro e também permitiu aos servidores do IBGE viverem ricas experiências profissionais e pessoais nas comunidades tradicionais.

“A participação no Censo Experimental foi muito valiosa por me permitir ter contato com o questionário, identificar as principais dificuldades na coleta e na supervisão, assim como perceber como os informantes lidam com as perguntas realizadas pelos recenseadores. Foi um ótimo aquecimento para 2020”, disse Jonathan Leite, coordenador de área do Censo na região.

Em outubro, a terceira e última fase do processo de recenseamento na terra indígena contou com o suporte de integrantes do Grupo de Trabalho de Povos e Comunidades Tradicionais do IBGE. Ao longo da última etapa, os técnicos observaram maior confiança entre guias comunitários e informantes das aldeias indígenas, além de melhor desenvoltura dos recenseadores na aplicação do questionário domiciliar, com aumento da produtividade e qualidade dos dados coletados.

O Censo Experimental em área indígena teve ainda outra particularidade: a atuação de Agentes de Pesquisa e Mapeamento (APMs), da sede da Unidade Estadual do IBGE em Pernambuco (UE/PE), como recenseadores. Além do processo de adaptação às condições locais, eles puderam entrar em contato com uma realidade sociocultural diferente da que estão acostumados. Foi o que ocorreu com o recenseador Ermeson da Silva.

“Trabalhar no Censo Experimental está sendo uma experiência única e marcante. Por meio dele, foi possível conhecer de perto como vivem os moradores da Terra Indígena Entre Serras e perceber que existe, não tão distante de onde moro, grupos que se diferenciam culturalmente e constroem essa particularidade que é o Brasil. Pude perceber ainda que a vida em áreas urbanas não é o único caminho e as pessoas podem ser felizes de uma forma diferente”, afirmou Ermeson.

A experiência também impactou o recenseador Thiego Andurand. “Antes de participar do Censo Experimental, eu tinha uma visão estereotipada, de gente da cidade, sobre a população indígena; mas, ao mesmo tempo, também esperava encontrar pessoas humildes e simpáticas. Vi que é possível ao índio viver inserido no século 21 e, simultaneamente, preservar sua cultura e identidade étnica”, disse o recenseador.

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