Coleta de dados do Censo Experimental Indígena em Pernambuco entra na fase final. Ensaio tem apoio da Funai

| Da Redação

05/11/2019 14h36 | Atualizado em 07/11/2019 14h53

O Censo Experimental em terras indígenas é realizado no estado de Pernambuco desde o dia 1º de outubro. A operação consiste em um grande ensaio para o Censo Demográfico que acontecerá em 2020. Seis recenseadores estão em campo, nas cidades de Petrolândia, Tacaratu e Jatobá, coletando as informações das populações tradicionais. Dois supervisores monitoram as atividades. A coleta dos dados vai até o dia 9 de novembro.

Antes de sair às ruas, a equipe recebeu um treinamento que contou com dois observadores externos da Funai (Fundação Nacional do Índio), o indígena Fulni-ô José Santos, e João Manoel, da tribo Pankararu. Eles elogiaram o IBGE por incluir a Funai na criação de metodologias específicas para a abordagem dos índios e a coleta dos dados necessários ao Censo.

 Treinamento de recenseadores com a presença de dois representantes da Coordenação Técnica Local da FUNAI. Os instrutores (em pé) ajudam os recenseadores a lerem os mapas dos setores.

“Sediar o Censo Experimental têm sido uma grande oportunidade para testarmos as metodologias, os sistemas e as estratégias de coleta, mapeando falhas, riscos e processos, sempre visando à grande operação que está por vir em 2020. Estamos encarando o desafio com bastante responsabilidade e acreditamos que conseguiremos desenvolver um excelente trabalho”, disse o coordenador técnico da Unidade Estadual do IBGE (UE/PE), João Marcelo dos Santos.

Na primeira semana, João Marcelo e três observadores do Grupo de Trabalho de Povos e Comunidades Tradicionais, Maria Amélia Neta, Marta Antunes e Pedro Moraes acompanharam a operação. Marta avaliou como positiva a experiência de observar o início da operação censitária em campo e a forma como o planejamento precisa se adequar aos imprevistos encontrados: “São muitas lições aprendidas para o Censo Demográfico 2020 em áreas indígenas, em apenas uma semana de campo”.

A primeira atividade de campo foi a realização de duas reuniões de abordagem com os caciques e outras lideranças locais, quando o trabalho do IBGE foi apresentado, assim como o Censo Experimental e o Censo 2020. O coordenador de área do Censo, Jorge Barros, disse que está sendo um privilégio fazer parte da equipe do Censo Experimental indígena. “Estou tendo a chance de conhecer uma população com especificidades que não são usuais na maior parte do nosso imenso país. Está sendo uma experiência de vida, e profissional, muito enriquecedora e satisfatória”, disse ele.

Nas terras e agrupamentos indígenas, estão sendo aplicados questionários domiciliares de amostra. Já nas áreas urbanas do entorno da terra indígena são preenchidos questionários de amostra e o básico, como é o caso de alguns setores da cidade de Tacaratu.

“Não vou dizer que o fato de estar numa comunidade onde os costumes são diferentes dos nossos não assusta, porque existe o temor de, por desconhecimento, desrespeitar a cultura deles. Mas ao final do dia a gente se sente tranquilo. Quando seguimos executar os procedimentos necessários, o trabalho se torna mais fácil, e qualquer divergência pode ser resolvida na base do diálogo”, comentou uma recenseadora Kharen.

 

 

 

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